domingo, 28 de setembro de 2014

Koff vê "rigor" do STJD e descarta ir à Fifa: "O Grêmio vai sobreviver"

Logo depois da decisão que determinou a eliminação do Grêmio da Copa do Brasil, o presidente Fábio Koff falou em nome do clube. O mandatário, que esteve presente no julgamento realizado no Rio de Janeiro, viu um rigor excessivo por parte do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que optou por não excluir o Grêmio da competição, mas puniu o clube com a perda de três pontos, o que acabou eliminando a agremiação do torneio.
- O Grêmio vai sobreviver a esse revés. O Grêmio é muito grande. É muito maior do que episódios dessa natureza, que demonstraram, por parte desse tribunal, um rigor que eu nunca vi. O Grêmio recebeu uma pena preventiva. Não houve inquérito. A polícia ainda está apurando os implicados, os responsáveis pelas ofensas. O Grêmio foi julgado preventivamente. Por que só o Grêmio?  E os outros? - questionou.
O presidente do Grêmio ainda falou sobre os prejuízos que o clube terá a partir da decisão do STJD.
- A estimativa de valor, eu não tenho. Há prejuízo para o Grêmio. Há prejuízo de natureza financeira, para a imagem do clube. Nesse aspecto, considerando todos os precedentes, todas as medidas que o Grêmio tomou, desde o acordo que firmou com o MP, foi precursor a botar em prática as determinações da Fifa. O Grêmio tem relevância não só na integração racial, na integração social também. Desprezar isso é desprezar o que, no meu entender, juridicamente a lei determina. Que se aplique a responsabilidade subjetiva quando não pode se aplicar a individual. 
Fábio Koff ainda rechaçou a possibilidade de recorrer à Fifa para tentar reverter a decisão tomada nesta sexta-feira.
- O Grêmio não vai fazer nada. Vai aguardar. Se não punirem os outros, vamos ver que foi uma decisão injusta. Vamos aguardar se outros serão julgados com a mesma severidade e rigor - disse.
Como foi o julgamento
O primeiro a se manifestar foi o procurador Paulo Schmitt, que denunciou o Grêmio pelos atos de injúrias raciais. Com um discurso contundente, ele reforçou o pedido de exclusão do clube e ainda solicitou o aumento da multa, inicialmente colocada em R$ 50 mil, e ainda a perda de mandos de campo, o que não foi levado em consideração pelos auditores.
- A reprodução da prova de vídeo que originou a denuncia era altamente relevante a esse processo, para que a gente não esqueça o que aconteceu, para a gente possa combater e para que o clube seja responsabilizado pelos atos de seus torcedores. Quando o clube teve a oportunidade, através de seus torcedores, e não se separa o clube e a torcida. Quem separa tenta desinformar a sociedade. Clube e torcida é uma coisa só. Quando o clube teve uma nova oportunidade, vaiou o goleiro, quando ele deveria ser aplaudido pela coragem, por trazer à tona o que a gente esconde debaixo do tapete - disse.
Logo depois, foi a vez da defesa do Grêmio se manifestar. Primeiro, o advogado do Grêmio Gabriel Vieira reforçou as ações do clube para combater o racismo antes do incidente na Arena e também as providências tomadas depois das injúrias, como a carta enviada por Felipão a Aranha e o pedido de desculpas por parte do presidente Fábio Koff. Já o Michel Assef Filho citou um caso semelhante ocorrido com a torcida do Paraná, que resultou em multa ao clube paranaense.
A defesa do árbitro Wilton Pereira Sampaio fez a sua participação antes do relator Paulo César Salomão Filho fazer o seu pronunciamento e, na sequência, o seu voto. Ele destacou que o órgão não considera o Grêmio um clube racista, mas decidiu por revogar a exclusão, mas punir a instituição com a perda de três pontos. Como o time gaúcho perdeu o primeiro jogo por 2 a 0, acabou eliminado da Copa do Brasil.
- O Grêmio foi eliminado, não excluído - resumiu o relator.
Todos os demais seis auditores que participaram do julgamento acompanharam o relator e optaram pela eliminação do Grêmio da competição nacional.
Fonte: Globo Esporte

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